3. Capitulum tertium - Puer improbus

I. LINGUA

Lectiones I et II et III

Lectio grammatica

Colloquia personarum

II. CULTURA

Exposição de crianças na Roma antiga

Romanização de crianças bárbaras

III. COMENTARII

Na seção Comentários, abaixo, você deve registrar suas observações e dúvidas acerca dos assuntos discutidos neste capítulo. Suas contribuições são fundamentais para sua aprendizagem. Interaja com seus colegas e com o professor.

53 comentários:

  1. Prof., tudo bom?
    Você poderia explicar melhor a diferença entre qui, quem, quae e quam?
    Outra dúvida: "quia" seria um "pois"?
    E, por fim, eum é ele e eam é ela?
    Sarah

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    1. Olá, Sarah.

      Vamos à resposta.

      I.

      Pronome relativo:

      nom. = qui (m.sg), quae (f.sg), quod (n.sg)
      acus. = quem (m.sg), quam (f.sg), quod (n.sg)

      Exemplos:

      NOMINATIVO

      a) qui (m.sg) = Puer QUI cantat est Marcus. [O menino que canta é Marco]
      QUI → refere-se a “Puer” (masculino, singular) // desempenha a função de SUJEITO de “cantat” (nominativo) → QUI = masculino, singular, nominativo.

      b) quae (f.sg) = Puella QUAE cantat est Iulia. [A menina que canta é Júlia]
      QUAE → refere-se a “Puella” (feminino, singular) // desempenha a função de SUJEITO de “cantat” (nominativo) → QUAE = feminino, singular, nominativo.

      c) quod (n.sg) = Baculum QUOD in mensa est... [O bastão que está na mesa...]
      QUOD → refere-se a “Baculum” (neutro, singular) // desempenha a função de SUJEITO de “est” (nominativo) → QUOD = neutro, singular, nominativo.

      ACUSATIVO

      a) quem (m.sg) = Puer QUEM Aemilia verberat est Marcus. [O menino que Emília açoita é Marco]
      QUEM → refere-se a “Puer” (masculino, singular) // desempenha a função de OBJETO DIRETO de “verberat” (acusativo) → QUEM = masculino, singular, acusativo.

      b) quam (f.sg) = Puella QUAM Aemilia verberat est Iulia. [A menina que Emília açoita é Júlia]
      QUAM → refere-se a “Puella” (feminino, singular) // desempenha a função de OBJETO DIRETO de “verberat” (nominativo) → QUAM = feminino, singular, acusativo.

      c) quod (n.sg) = Baculum QUOD Iulius sumit in mensa est. [O bastão que Júlio pega está na mesa]
      QUOD → refere-se a “Baculum” (neutro, singular) // desempenha a função de OBJETO DIRETO de “sumit” (nominativo) → QUOD = neutro, singular, acusativo.

      II.

      Pergunta → cur = por quê?
      Resposta → quia = porque, pois

      III.

      Iulia plorat quia Marcus eam pulsat. [Júlia chora porque Marco a esmurra]
      eam → refere-se a “Iulia” (feminino, singular, NOMINATIVO), ou seja, mesmo gênero (feminino), mesmo número (singular), mas caso DIFERENTE (acusativo). “eam” desempenha a função de objeto direto [acusativo] de “pulsat”; já “Iulia” desempenha a função de sujeito [nominativo] de “plorat”.

      Iulius dormit. Quintus eum non audit. [Júlio dorme. Quinto não o ouve]
      eum → refere-se a “Iulius” (masculino, singular, NOMINATIVO), ou seja, mesmo gênero (masculino), mesmo número (singular), mas caso DIFERENTE (acusativo). “eum” desempenha a função de objeto direto [acusativo] de “audit”; já “Iulius” desempenha a função de sujeito [nominativo] de “dormit”.

      Bons estudos.

      Prof. Fábio

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    2. Prof., muito obrigada! E perdão se eu "queimei a largada", mas é que me confundi com o dever de casa. Até amanhã!
      Sarah.

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    3. Não há problema algum, Sarah.
      Prof. Fábio.

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    4. Muitas informações bastante úteis. Gratias Magister

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    5. Nihil est, care Eridam.
      Magister Fabius.

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    6. Excelente! Estou compilando essas explicações. Gratia, Magister!

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    7. Nihil est, carissime Joanisval.
      Magister Fabius.

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  2. Olá, gostaria de deixar uma dica: o livro "Memórias de Adriano" romance escrito por Marguerite Yourcenar. Ela fez uma autobiografia imaginária sobre a vida e a morte do imperador romano Adriano!

    Descrição no site da Amazon:

    Memórias de Adriano é a obra-prima de Marguerite Yourcenar. Publicado pela primeira vez em 1951, após um intenso processo de pesquisa, escrita e reescrita que durou cerca de trinta anos, o livro obteve enorme sucesso e converteu-se imediatamente em um clássico da literatura moderna. Nesta espécie de autobiografia imaginária, a “grande dama da literatura francesa” recria a notável vida do imperador Adriano, com seus triunfos e reveses, e dá forma a um romance histórico, mas também poético e filosófico, que se tornaria uma das mais fascinantes obras de ficção do século XX. Além da tradução de Martha Calderaro e da apresentação de Victor Burton, esta edição especial conta ainda com o prefácio inédito da historiadora Mary Del Priore.

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    1. Olá, Caroline.

      Que coincidência! No momento, estou concluindo a leitura de O Nome da Rosa, de Umberto Eco. O livro Memórias de Adriano será a minha próxima leitura.

      Por falar em leitura, na Roma Antiga, havia as leituras públicas ("recitationes").

      Elas ocorriam, normalmente, na casa de particulares ou nas bibliotecas públicas. Os autores, para compartilhar suas produções literárias, liam trechos de suas obras para o público - a publicação de livros não era uma prática comum.

      Feitas as devidas adequações, é algo semelhante à leitura em público por parte dos autores realizada atualmente em algumas feiras literárias.

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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  3. Olá, amigos.

    Vejam o que diz o Ministério da Educação de Portugal sobre a finalidade do ensino de latim:

    "São Finalidades desta disciplina [Latim]:
    — Contribuir para a compreensão da génese da cultura ocidental.
    — Proporcionar um melhor entendimento de elementos que estruturam a cultura portuguesa.
    — Contribuir para a salvaguarda da identidade nacional e do património linguístico.
    — Promover o desenvolvimento de capacidades que levem à reflexão linguística.
    — Reforçar a competência comunicativa, nomeadamente no português escrito.
    — Fomentar, pelo enriquecimento da linguagem, uma melhor expressão do pensamento.
    — Consciencializar, pelo confronto do presente com o passado, para a perenidade de valores humanos.
    — Contribuir para o desenvolvimento de valores como cidadania, tolerância e diálogo inter-cultural.
    — Contribuir para a formação integral do jovem."

    Boa reflexão e bons estudos!

    Prof. Fábio.

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    1. Tudo isso poderíamos aplicar ipsis litteris ao Brasil

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    2. Concordo com você, Eridam.
      O Estado brasileiro deveria investir seriamente na educação de seu povo, para que aqui imperasse a consciência da "perenidade dos valores humanos", os valores da "cidadania, tolerância e diálogo intercultural" e, principalmente, o Estado Democrático de Direito.
      Boa reflexão.
      Prof. Fábio.

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  4. Salve, magister.

    Fiquei com uma dúvida no capítulo III quanto ao sujeito acusativo. Se o sujeito for neutro, ou seja, não sendo Iulia ou Marcvs, o termo que se refere à ele fica "eum" ?

    Vi que no masculino fica "eum" para Marcvs e no feminino "eam" para Iulia.

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    1. Salve, care Davi.

      Pronomes demonstrativos:

      a) masculino, acusativo, singular

      Aemilia MARCUM [obj.dir.] vocat. Mater EUM [obj.dir.] vocat.
      Emília chama MARCO. A mãe O chama.

      b) feminino, acusativo, singular

      Aemilia IULIAM [obj.dir.] vocat. Mater EAM [obj.dir.] vocat.
      Emília chama JÚLIA. A mãe A chama.

      c) neutro, acusativo, singular

      Iulius OPPIDUM [obj.dir.] videt. Pater ID [obj.dir.] videt.
      Júlio vê A CIDADE. O pai A vê.

      Se ainda houver dúvidas, pergunte-me novamente.

      Vale, care discipule.

      Prof. Fábio.

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  5. O Exercitium 6 não abriu aqui pra mim. Dá msg de arquivo não encontrado.

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    1. Olá, Eridam.
      De fato, não está disponível.
      Em breve, vou disponibilizar esse exercício.
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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  6. Não estou bem seguro com o uso de QUIS et QUEM in exercitium 9

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    1. Olá, Eridam.

      Vamos a alguns exemplos:

      a) _____ IULIAM PULSAT? MARCUS IULIAM PULSAT. (= Quem esmurra Júlia? Marco esmurra Júlia.)

      Observe a primeira frase [“_____ IULIAM PULSAT?”].

      Nela, temos o verbo "pulsat" (= esmurra) e o substantivo "Iuliam" (= Júlia) (terminação "-am", marca do caso acusativo singular do grupo das palavras femininas [p. ex.: AemiliAM, ancillAM, puellAM, etc.]).

      Se "Iuliam" desempenha a função de objeto direto (acusativo), o termo faltante só poderá ser o SUJEITO (NOMINATIVO).

      Aí, eu terei duas opções: "QUIS" (= quem) (NOMINATIVO [= SUJEITO]) e "quem" (= quem) (acusativo [= objeto direto).

      Nessa primeira frase, eu escolherei... "QUIS" (NOMINATIVO, sujeito).

      Resposta: QUIS Iuliam pulsat? MARCUS Iuliam pulsat.

      b) _____ QUINTUS PULSAT? MARCUM QUINTUS PULSAT. (= Quinto esmurra quem? Quinto esmurra Marco.)

      Observe a primeira frase [“_____ QUINTUS PULSAT?”].

      Nela, temos o verbo "pulsat" (= esmurra) e o substantivo "Quintus" (Quinto) (terminação "-us", marca do caso nominativo singular do grupo das palavras masculinas [p. ex.: filiUS, MarcUS, dominUS, etc.]).

      Se "Quintus" desempenha a função de sujeito (nominativo), o termo faltante só poderá ser o OBJETO DIRETO (ACUSATIVO).

      Aí, eu terei duas opções: "quis" (= quem) (nominativo [= sujeito]) e "QUEM" (= quem) (ACUSATIVO [= OBJETO DIRETO).

      Nessa primeira frase, eu escolherei... "QUEM" (ACUSATIVO, objeto direto).

      Resposta: QUEM Quintus pulsat? MARCUM Quintus pulsat.

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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    2. Muito boa a explicação... estava com dúvidas que foram sanadas. =D Então, prof., podemos dizer que estamos estudando os verbos transitivos e intransitivos? Antes era apenas o de ligação (sum, es, est,...sunt), como os verbos transitivos pedem um complemento, temos no latim o ACUSATIVO, palavra que exerce a ação transitiva?

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    3. É isso mesmo, Gis.
      A cada capítulo, avançamos, paulatina e suavemente, no conhecimento das estruturas linguísticas do latim.
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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  7. Olá a todos!
    Minha pergunta é com base nas terminações -at, -et, it. Estas dependem do verbo o variam com o sujeito também?

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    1. Salve, care João.

      O uso das terminações verbais "-at", "-et" e "-it" vai depender da conjugação do verbo.

      Se for da 1ª conjugação, usaremos a terminação "-at" da 3s do presente do indicativo ativo.

      Ex: Aemilia Iuliam laudAT = Emília louva Júlia.

      Se for da 2ª conjugação, usaremos a terminação "-et" da 3s do presente do indicativo ativo.

      Ex: Quintus Marcum vidET = Quinto vê Marco.

      Se for da 3ª conjugação, usaremos a terminação "-it" da 3s do presente do indicativo ativo.

      Ex: Iulius Aemiliam audIT = Júlio ouve Emília.

      Bons estudos.

      Vale, care discipule.

      Prof. Fábio.

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  8. Olá, amigos.
    Nossa colega Gis nos indica uma ótima tabela de declinações e verbos latinos.
    Para obtê-la, basta acessar a seguinte hiperligação:
    https://aee6bcc1-f924-47c4-a836-04abffa419f1.filesusr.com/ugd/0f7cc7_2bf602c3f8ae4e5fadc5966975416cce.pdf
    Bons estudos.
    Prof. Fábio.

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    1. Salve!

      No próprio livro, p. 307, há uma excelente tabela de declinações (TABULA DECLINATIONUM).
      Salve!

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  9. Salvete, amici.
    Vamos começar a semana lendo uma pichação encontrada num muro em Pompeia - cidade destruída pelas lavas do Vesúvio em 79 d.C.
    Vejam o que diz um ser atormentado pelo fim de uma paixão:
    http://oficinadelatim.blogspot.com/2015/10/pichacao-ltpt_4.html
    Boa semana de estudos!
    Valete, discipulae et dicipuli.
    Magister Fabius.

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    1. Saluete
      Ler a pichação me foi impossível. Reescrita ficou bem melhor.

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    2. Salve, Eridam.
      Neste momento do curso, é normal que você não possa ler o texto integralmente, já que há palavras e tempos verbais que ainda não vimos.
      Ler a pichação vale pelo aspecto cultural, humano.
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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    3. Achei interessante a refência a outra pichação em Pompeia, que está no texto sobre crianças romanas: "se para você dói decorar Cícero, tomará uma pancada do professor"...

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    4. Olá, Joanisval.
      O professor de Horário era chamado de Orbilius Plagosus, isto é, Orbílio Espancador... (encurtador.com.br/ksG35)
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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  10. Sobre uma conversa ao final da última aula sobre formação dos povos lembrei de uma notícia que vi faz alguns dias sobre uma possível origem do cearense: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/origem-do-cearense-nordicos-superam-indios-e-negros-na-genetica-1.2970540

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    1. Olá, Eridam.
      Supreendente... eu nunca imaginaria que, geneticamente, há prevalência de elementos nórdicos na formação do povo cearense.
      Valeu pela dica.
      Prof. Fábio.

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  11. Salvete, discipuli.

    Quando um cidadão romano encontrava outro cidadão cujo nome ele desconhecia, ele assim interpelava seu interlocutor:

    "O civis! Ubi est theatrum?" = "Ô cidadão! Onde está localizado o teatro?"

    Fonte: "Latim para principiantes" (https://www.amazon.com.br/Latin-Dummies-English-Clifford-Hull-ebook/dp/B0055AXSE0)

    Bons estudos!

    Prof. Fábio.

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    1. Não era mais fácil perguntar o nome logo? hahah

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    2. Ave, Caroline.
      Vide novum colloquium:
      "- Quis es?
      - Aulus sum. Et tu?
      - Claudia sum. Ubi est theatrum, quaeso?
      - Theatrum est prope Colosseum.
      - Gratias tibi ago, Aule.
      - Nihil est, Claudia."
      Vale,
      Magister Fabius.

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  12. Salvete, discipuli.

    Indico, abaixo, mais um trecho de documento do Ministério da Educação de Portugal sobre os benefícios da aprendizagem do latim:

    "O estudo da língua latina [...] vai permitir, pela relação com o Português, uma melhor compreensão e aprendizagem da língua materna, pela reflexão a que conduz (nomeadamente na estrutura frásica e textual, no conhecimento do vocábulo e da sua especificidade semântica), contribuindo para uma competência comunicativa fundamentada, que se reflete nas diferentes áreas do saber, das línguas às ciências, da filosofia às mais variadas artes e à literatura de todos os tempos. E ainda, porque o conhecimento da língua latina ajuda a enriquecer o 'corpus' lexical da língua portuguesa, tem repercussões em todas as atividades do aluno, escolares e extraescolares, preparando um cidadão ativo, conhecedor e linguisticamente competente."

    Boa reflexão!

    Valete,

    Magister Fabius.

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  13. Salve, magister.
    Estou tendo dificuldade na utilização do QUI, QUEM, QUAE e QUAM.

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    1. Olá, Davi.

      Vamos à explicação dos pronomes interrogativos:

      GRUPO DOS NOMES MASCULINOS

      a) quis (“quem”) → nominativo, masculino, singular

      Ex: Quis Iuliam pulsat? Marcus Iuliam pulsat. // “Quem esmurra Júlia? Marco esmurra Júlia.”

      quis (nominativo, sujeito, singular) → MarcUS (nominativo, sujeito, singular)

      b) quem (“quem”) → acusativo, masculino, singular

      Ex: Quem Quintus pulsat? Marcum Quintus pulsat. // “Quem Quinto esmurra? Quinto esmurra Marco.”

      quem (acusativo, objeto direto, singular) → MarcUM (acusativo, objeto direto, singular)

      GRUPO DOS NOMES FEMININOS

      a) quae (“quem”) → nominativo, feminino, singular

      Ex: Quae est mater Marci? Aemilia est mater Marci. // “Quem é a mãe de Marco? Emília é a mãe de Marco.”

      quae (nominativo, sujeito, singular) → AemiliA (nominativo, sujeito, singular)

      b) quam (“quem”) → acusativo, feminino, singular

      Ex: Quam Marcus pulsat? Iuliam Marcus pulsat. // “Quem Marco esmurra? Marco esmurra Júlia.”

      quam (acusativo, objeto direto, singular) → IuliAM (acusativo, objeto direto, singular)

      Está claro?

      Se não, pergunte-me novamente.

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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  14. Salvete! Gostaria de saber: As aplicações de 'quis' e 'quem' dependem unicamente da flexão de caso do sujeito?
    E.g.: Quis Iuliam plorat? Quem Quintus pulsat?

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    1. Olá, João.
      Veja a explicação acima.
      Se houver dúvida, pergunte-me novamente.
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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  15. Salvete, amigos. Segue uma curiosidade da cultura jurídica romana.

    "No Direito Romano, as pessoas eram divididas de acordo com três status básicos: o status libertatis, que correspondia a sua situação como sujeito ou como objeto, na comunidade de pessoas; o status civitatis, que era a situação na comunidade política; e o status familiae, a situação na família. A partir dessas situações, se identificava o estado da pessoa (livre, escravo, cidadão, peregrino, sui iuris, alieni iuris), e quais eram os seus direitos e deveres. (...) Quem não tinha nenhum desses estados, não tinha personalidade jurídica e eram considerados como coisas, era o caso dos escravos."
    Fonte: Como os Juristas viam o mundo, António Manuel Hespanha.

    PS: O “sui iuris ” é a pessoa que tem plenos poderes sobre si, é o “pater família”. Os “alieni iuris ” são as pessoas que dependem do “pater família”; são os filhos, netos, esposa.

    Sarah.

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    1. Olá, Sarah.
      O que mais me chama a atenção no trecho que você compartilhou conosco é o senso de organização inerente aos romanos antigos. Mais especificamente no que toca à implementação do direito na vida dos romanos.
      Traçando um paralelo, ainda hoje, depois de mais de vinte séculos, nossa sociedade luta, a duras penas, pela sedimentação e fortalecimento do Estado Democrático de Direito, do Império da Lei, constantemente ameaçado por forças retrógradas.
      Boa reflexão.
      Prof. Fábio.

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    2. Excelente análise, professor.

      Na antiguidade e na Idade Média, os juízes e juristas (portanto as leis) também tinham protagonismo (mais ainda na Idade Média, devido à substituição do antropocentrismo pelo reicentrismo), de modo que, no geral e apesar dos diversos episódios de tirania, os reis não eram vistos como produtores de direito, pois o direito era anterior ao poder político, era tradição, usos, costumes, natureza.
      De acordo com o autor citado, os romanos viam o direito como uma árvore, cujos ramos eram os diferentes assuntos. Na Idade Média, essa analogia com a árvore, seus ramos e frutos, persiste até a Idade Moderna e o humanismo, quando as outras ciências como a matemática e a geometria passam a influenciar o Direito e, com isso, temos a sistematização lógica dos ramos do direito, com as codificações e uma atuação judicial bem mais restrita, além do movimento político liberal. Apesar de não ter sido a intenção dos juristas, isso possibilitou a atuação absolutista de alguns monarcas e imperadores durante o Iluminismo (uma traição ao movimento liberal). No século XIX, uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos consolidou o ideal liberal do Império das Leis e, consequentemente, o Estado de Direito. O Direito persiste, enquanto os governos mudam. Trata-se do caso Marbury vs Madison, e é emblemático para todos os sistemas políticos ocidentais... Quem dá a última palavra é a Constituição, interpretada pela Justiça. Assim, não viramos reféns de uma "ditadura da maioria". Isso me lembra a célebre frase "Ainda há juízes em Berlim".

      PS: existia também uma grande preocupação dos romanos com a desordem pública que, por ex, a morte de um Imperador poderia gerar. É dos romanos também que surgem as bases para nossa teoria atual sobre Estado de Exceção. Na Alemanha nazista, o instrumento do Estado de Exceção foi pervertido para possibilitar a atuação tirânica do Hitler. O livro de que falamos ano passado do filósofo italiano Giorgio Agamben trata desse assunto.

      Até amanhã, professor!

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    3. Olá, Sarah.
      Obrigado pela aula.
      Nós nos vemos amanhã.
      Até mais.
      Prof. Fábio.

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  16. Olá a todos,
    Fiquei com muitas dúvidas; algumas, vejo que outros colegas perguntaram e já há uma resposta (perguntas sobre quem, quia, qui, ...). Sobraram estas dúvidas: Qual seria uma tradução pra EUM e EAM? NEQUE seria o "e nem"? O que é HIC?

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    Respostas
    1. Olá, Caroline.

      Vamos lá!

      a) neque (= et non, sed non)

      Em latim, não utilizamos as expressões "et non" e "sed non".
      Em vez dela, utilizamos "neque" (= e não, mas não).

      Ex: Iulius dormit NEQUE Quintum audit.
      [Júlio dorme E NÃO ouve Quinto]

      b) hic (pronome ou advérbio)

      Geralmente, significa ou "este" ou "aqui".
      O contexto é que vai indicar a tradução.

      Ex: HIC dominus est Iulius.
      [ESTE senhor é Júlio]
      Ubi est Lucius? HIC sum!
      [Onde está Lúcio? Estou AQUI!]

      c) eum, eam (pronome oblíquo)

      Significam, principalmente, "o" e "a" (pronomes oblíquos [Eu O vi; Eu A vi])

      Iulia plorat quia Marcus EAM pulsat.
      [Júlia chora porque Marco A esmurra]

      eam → refere-se a “Iulia”
      eam = a [objeto direto, caso acusativo]

      Iulius dormit. Quintus EUM non audit.
      [Júlio dorme. Quinto não O ouve]

      eum → refere-se a “Iulius”
      eum = o [objeto direto, caso acusativo]

      Se houver alguma dúvida, pergunte-me novamente.

      Prof. Fábio.

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  17. Salvete!

    Interessantíssimo o link relacionado ao nome de frutas que não existiam em Roma (lingua latina hodierna). Gosto estudar história da alimentação e é fascinante ver como são os nomes modernos em latim de determinados alimentos! Ri muito com a criatividade de "musa paradisiaca"!
    Fui à Vicipaedia e encontrei esta explicação:

    "Ariena,Latinitate mediaevali et recentiori musa,est fructus plantarum generis Musae qui speciei hybridae Musa × paradisiaca attribuuntur. Fructus est inter agriculturae tropicae praecipuos, sub aliis climatibus haud proveniens, commercio in omnes orbis terrarum partes advectus."

    "Genus Musa libro specierum plantarum anno 1753 constitutum est a Carolo Linnaeo, qui inter Polygamia monoecia ordinavit. Ille quinque species enumeravit, inter quas M. paradisiaca et M. sapientum.Origo horum nominum subter videbitur. Familia Musacearum ex hoc genere ab Jussieu in Genera Plantarum anno 1789 appellata est. Hodie satis constat plurimas varietates musarum cultarum, speciei Musa x paradisiaca attributas, hybridas esse M. acuminatae cum M. balbisiana."

    A descrição de Plínio e as explicaçõesde Avicena são primorosas:

    "Primus scriptorum Latinorum nobis servatorum Plinius maior in Naturali historia hanc plantam fructumque eius descripsit et nominavit: "Maior alia pomo et suavitate praecellentior, quo sapientes Indorum vivunt. Folium alas avium imitatur, longitudine trium cubitorum, latitudine duum. Fructum cortice emittit admirabilem suci dulcedine, ut uno quaternos satiet. Arbori nomen "palae", pomo "arierae". Plurima est in Sydracis, expeditionum Alexandri termino." Inter medicos mediaevalibus, Avicenna (qui Latine in versionibus Canonis legitur) hunc fructum, apud Arabes bene cognitum, nomine Musa nuncupat proprietatesque medicas recapitulat: "Musa quid est, nota est. Nutrit velociter et est lenificativa. . . . Confert adustioni gutturis et pectoris. Membra nutrit. Stomacho conveniens est, et multitudo eius stomacho est gravis valde. . . . Augmentum efficit in spermate, et convenit renibus, et provocat urinam.""

    E então, quem ainda não fez o exercício, sabe que fruta é a "Musa"?

    Salvete!

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    1. Salve, Joanisval.
      Tuum comentarium est optimum.
      Haec sententia Plinii quoque est optima: "Folium alas avium imitatur." ("A folha imita as asas de aves.")
      Vale,
      Magister Fabius.

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  18. Salvete !!!
    No seguinte site é possível acessar alguns vídeos do youtube sobre o documentário The Destiny of Rome, com trechos em latim.
    https://cursodelatimonline.forumeiros.com/t355-5-filmes-falados-em-latim

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    1. Salve, care Davi.
      Contributum tuum est optimum.
      Taeniae documentariae me delectant.
      Vale,
      Magister Fabius.

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  19. Salve, Magister!
    Desculpe, se já houver explicação em posts anteriores, não encontrei. Poderia explicar a formação da palavra "laeta", na seguinte frase: MARCUS PLORAT. PUER QUI PLORAT LAET_ NON EST. Grata

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    1. Olá, Gis.

      Vamos à frase:

      MARCUS PLORAT. PUER QUI PLORAT LAET_ NON EST.
      Marcos chora. O menino que chora não está alegre.

      "Alegre" em latim pode assumir três formas: laetus (masc.), laeta (fem.) e laetum (neutro).

      Como "puer" ("menino") é masculino, a resposta será a forma "laetus" ("alegre").

      Bons estudos!

      Prof. Fábio.

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