2. Capitulum secundum - Familia Romana

I. LINGUA

Lectiones I et II et III

Lectio grammatica

Colloquia personarum

Fabellae Latinae I

Fabellae Latinae II

II. CULTURA

Casamento entre famílias ricas na Roma antiga

Messalina: uma esposa não virtuosa

III. COMENTARII

Na seção Comentários, abaixo, você deve registrar suas observações e dúvidas acerca dos assuntos discutidos neste capítulo. Suas contribuições são fundamentais para sua aprendizagem. Interaja com seus colegas e com o professor.

94 comentários:

  1. Olá, amigos.

    Nosso colega Paulo nos encaminhou mais um texto adaptado às estruturas linguísticas abordadas por nosso método.

    Ótima contribuição, Paulo.

    Prof. Fábio.

    "Atol das Rocas insula est. Fernando de Noronha et São Pedro e São Paulo et Martim Vaz insulae sunt. Trindade quoque insula est. Brasilia insula non est. Fernando de Noronha insula magna est. Atol das Rocas insula parva est. Fernando de Noronha non insula parva, sed insula magna est. Fernando de Noronha et Trindade et Martim Vaz non insulae parvae, sed insulae magnae sunt. In Brasilia non multae, sed paucae insulae sunt. In Brasilia multa oppida et multi fluvii sunt.

    "Fortalexia oppidum est. Fortalexia et Quixadá oppida sunt. Morada Nova quoque oppidum est. Fortalexia oppidum magnum est. Quixadá oppidum parvum est. Caridade quoque oppidum parvum est. Quixadá et Caridade non oppida magna, sed oppida parva sunt. Ubi est Fortalexia? Fortalexia in Brasilia est. Fortalexia oppidum Brasilianum est. Fortalexia et Quixadá et Morada Nova et Caridade oppida Brasiliana sunt."

    Paulus Amarus.

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  2. Fabius magister linguae Latinae est. Fabius laetus est. Cur laetus est? Quia Paulus discipulus sedulus est. Fabius educat, Paulus laborat. Discipulus malus non laborat. Fabius magister severus est.

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    1. Salve, carissime lector.
      Paulus est discipulus sedulus.
      Tu quoque discipulus sedulus es.
      Paulus et tu non estis discipuli pigri.
      Paulus et tu et ego non pigri, sed seduli sumus.
      Nos valde laboramus: Paulus legit; tu scribis; ego doceo.
      Discipuli magistri Fabii valde laborant.
      Ego sum magister laetissimus!
      Vale.
      Magister Fabius.
      PS: quis es? Quod nomen tibi est?

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  3. Olá, amigos.

    Investigando a etimologia de "uncle" (tio, em inglês), deparei-me com a seguinte explicação do Oxford Advanced Learner's Dictionary:

    "Middle English: from Old French oncle, from late Latin aunculus, alteration of Latin avunculus ‘maternal uncle’, diminutive of avus ‘grandfather’."
    https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/us/definition/english/uncle?q=uncle

    Mais uma marca do latim (via francês) no idioma inglês.

    Não custa lembrar, mais uma vez, que quase 60% do vocabulário da língua inglesa tem origem latina, seja diretamente, seja indiretamente (principalmente, por meio do francês).

    Bons estudos!

    Prof. Fábio.

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    1. Certe, care discipule.
      Magister Fabius.

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    2. Que interessante, professor! Comecei a lembrar como fala "tio" nas línguas que eu tenho algum conhecimento e humildemente concluí cá comigo que alemão também deve ter puxado alguma coisa do latim, porque é onkel (tio). Mas, curiosamente, italiano, espanhol e português foram pra "outro caminho' - "zio, tío, tio". Daí tive curiosidade de procurar em romeno, aí saiu "unchiule"! Fiquei boquiaberta! Estudar línguas é sensacional :D

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    3. Salve, cara Caroline.
      Suas observações são muito enriquecedoras.
      Por curiosidade, procurei a etimologia da palavra "tio".
      Veja o que encontrei:
      "tio (ti:o) sm.
      1. O irmão do pai ou da mãe de uma pessoa em relação a esta.
      2. P.ext. Marido da tia, em relação aos sobrinhos desta.
      3. Bras. Modo carinhoso de as crianças pequenas se dirigirem aos professores, e as crianças e jovens aos amigos dos pais e aos pais dos amigos.
      4. S Tratamento dado aos negros idosos.
      5. Mar. Comandante de embarcação.
      [F.: Do lat. tardio thius, ii.]"
      fons: https://www.aulete.com.br/tio
      Em suma, latim clássico: avunculus; latim tardio: thius.
      Concordo com você, estudar línguas é sensacional.
      Vale, cara discipula.
      Prof. Fábio.

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  4. Salve Magister,
    quid est genetivus?
    Professor, não entendi bem a segunda parte da lição de gramática. O que seria o "genetivus"?
    Sarah

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    1. Olá, Sara.

      I.

      No latim, além das flexões de gênero (masculino, feminino e neutro) e número (singular e plural), há a flexão de caso (nominativo, genitivo, etc.).

      A flexão de caso está diretamente relacionada à função sintática que a palavra desempenha na frase. Normalmente, se ela desempenhar a função de sujeito, ela tem uma forma; se ela desempenhar a função de adjunto adnominal restritivo, ela apresenta outra forma.

      A função sintática ligada ao genitivo ("genetivus") é o adjunto adnominal restritivo.

      O adjunto adnominal restritivo, como o próprio nome indica, restringe o significado de um nome. Geralmente, também apresenta ideia de posse. Por exemplo:

      casa de Pedro → o termo “de Pedro” restringe o significado do vocábulo “casa” (não é qualquer casa [sentido genérico], mas a casa DE PEDRO [sentido restrito]).

      II.

      Em nosso método, temos o seguinte:

      Iulius est pater Iuliae = Júlio é o pai de Júlia → o termo “de Júlia” (“Iuliae”) restringe o significado do vocábulo “pai” (“pater”) (não é qualquer pai [sentido genérico], mas o pai DE JÚLIA [sentido restrito]).

      Os vocábulos pertencentes ao grupo de palavras femininas (insula, ancilla, Iulia, discipula, etc.) apresentam a terminação –AE (singular) no caso genitivo, ou seja, quando desempenham a função de adjunto adnominal restritivo.

      Isto posto, agora vamos ver a explicação para o genitivo plural (-arum):

      Aemilia est domina ancillarum = Emília é a senhora das escravas → o termo “das escravas” (“ancillarum”) restringe o significado do vocábulo “domina” (“senhora”) (não é qualquer senhora [sentido genérico], mas a senhora DAS ESCRAVAS [sentido restrito]).

      No plural, a terminação do genitivo dos vocábulos do grupo de palavras femininas é –ARUM (plural).

      Em suma:

      palavras femininas

      genitivo singular: -ae (“ancillae” = da escrava)
      genitivo plural: -arum (“ancillarum” = das escravas)

      III.

      O mesmo raciocínio deve ser utilizado para os vocábulos pertencentes aos outros dois grupos de palavras:

      a) palavras masculinas

      genitivo singular: -i (“discipuli” = do aluno)
      genitivo plural: -orum (“discipulorum” = dos alunos)

      b) palavras neutras

      genitivo singular: -i (“oppidi” = da cidade)
      genitivo plural: -orum (“oppidorum = das cidades)

      Se ainda houver dúvidas, por favor, pergunte-me novamente.

      Bons estudos!

      Prof. Fábio.

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    2. Olá, Sarah.

      Veja abaixo a explicação do professor José Cretella Júnior sobre o genitivo do grupo de palavras femininas (1ª declinação):

      “AE - ARUM

      É o caso do complemento restritivo ou de especificação.

      Seja a frase: “A filha do poeta corre”.

      Perguntamos: "Filha de quem?".

      Resposta: “do Poeta”.

      “Do poeta” É o complemento restritivo, isto é, “não se trata de uma filha em geral mas somente da filha do poeta”.

      Houve restrição da ideia. Ao mesmo tempo que restringe, ou melhor, por isso mesmo que restringe, especifica. Tal é o motivo do nome "especificação".

      Em latim o complemento restritivo recebe a terminação especial AE (singular) e ARUM (plural).

      Dizemos que poetAE (do poeta) e poetARUM (dos poetas) estão no CASO GENITIVO.

      A frase “A filha do poeta corre” será em latim:
      Filia poetAE currit (“poetAE” termina em AE).

      A mesma frase no plural será:
      Filiae poetARUM currunt (poetARUM termina em ARUM).

      Em resumo:

      O GENITIVO é o caso do COMPLEMENTO RESTRITIVO e termina em AE no singular e em ARUM no plural .”

      https://archive.org/details/LatimP.OGinasioJoseCretellaJunior1a.E2a.Serie/page/n43/mode/1up

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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    3. Perfeito, prof. Muito obrigada!
      Ps: Não sabia que o Prof. José Cretella Jr também ensinava latim. Foi um grande jurista!

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    4. Olá, Sarah. Eu também não sabia que o professor José Cretella Jr. era jurista... (risos).
      Prof. Fábio.

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    5. Perfectus Magister. Bastante esclarecedor

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    6. Olha só, bem interessante termos flexão em nomes próprios! Então, prof., posso dizer:
      Nominativo_Marcvs et Qvintvs, na função de sujeito: "Marcvs et Qvintvs pueri sunt";
      Genitivo_Marci et Qvinti, na função de adjunto adnominal restritivo: "Aemiliae est mater Marci et Qvinti"?

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    7. Olá, Gis.

      Os nomes próprios também se flexionam em latim.

      Conforme seus exemplos:

      "Marcus et Quintus pueri sunt." [Marcus = nominativus; Quintus = nominativus]

      "Aemilia est mater Marci et Quinti." [Aemilia = nominativus; Marci = genetivus; Quinti = genetivus].

      OBS: o nominativo é o caso do SUJEITO; o genitivo é o caso do ADJUNTO ADNOMINAL RESTRITIVO.

      Se não estiver claro, por favor, pergunte-me novamente.

      Bons estudos!

      Prof. Fábio.

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  5. Respondi os 'pensa' mas não sei onde confirmar se realmente enviei.

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    1. Olá, Eridam.
      Você terá de dar "um print" na tela de cada um dos "pensa".
      Em seguida, você deve encaminhar os três "prints de tela" para o meu e-mail.
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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    2. Vou ter de refazer, pois não salvei.

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  6. Boa noite. Ainda não consegui perceber o porquê na mudança de Marcus para Marci. Embora a grafia lembre a mudança de singularis para pluralis (us para i) sei que aqui não é o caso.Pela situação está mais para um possessivo em Marci (pai de...)

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    1. Olá, Eridam.

      Veja, abaixo, uma explicação baseada nos apontamentos do professor José Cretella Júnior sobre o genitivo das palavras pertencentes à segunda declinação (nomes masculinos):

      I - ORUM

      É o caso do complemento restritivo ou de especificação.

      Seja a frase: “O senhor é o pai do aluno”.

      Perguntamos: "Pai de quem?".

      Resposta: “do aluno”.

      “Do aluno” é o complemento restritivo, isto É, “não se trata de um pai em geral mas somente do pai do aluno”. Houve restrição da ideia. Ao mesmo tempo que restringe, ou melhor, por isso mesmo que restringe, especifica. Tal é o motivo do nome "especificação".

      Em latim o complemento restritivo recebe a terminação especial I (singular) e ORUM (plural).

      Dizemos que discipul-I (do aluno) e discipul-ORUM (dos alunos) estão no CASO GENITIVO.

      A frase “O senhor é o pai do aluno” será em latim:
      Dominus est pater discipuli (“discipul-i” termina em -i).

      A mesma frase no plural será:
      Domini sunt patres discipulorum (“discipul-orum” termina em -orum). [Os senhores são os pais dos alunos].

      Em resumo: O GENITIVO é o caso do COMPLEMENTO RESTRITIVO e termina em “-i” no singular e em “-orum” no plural .

      Se não estiver claro, pergunte-me novamente.

      Prof. Fábio.

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    2. Nihil est, Eridam.
      Magister Fabius.

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  7. Olá, amigos.

    Com a saída do Reino Unido da União Europeia, levanta-se a possibilidade de o latim substituir o inglês como língua oficial da Europa.

    Vejam o ótimo artigo do jornal Le Figaro "Et si la langue officielle de l’Union européenne devenait... le latin?".

    Abaixo um trechinho do texto:

    "[...] pergunte-se [o leitor] o que constitui o passado comum do coração deste continente: ele verá que o Império Romano, a Cristandade, o pensamento dos humanistas e o Iluminismo contribuíram para estruturar a Europa. Esses três elementos fundadores (com exceção do pensamento iluminista) tinham o latim como veículo. Esta língua é a de Virgílio e Catulo, é a de Santo Agostinho e a de Lutero, a de Descartes e Erasmo e a de Espinosa, é também a língua dos mosteiros, que permitiu a preservação da cultura durante as invasões bárbaras."

    Para ler mais: https://www.lefigaro.fr/vox/culture/et-si-la-langue-officielle-de-l-union-europeenne-devenait-le-latin-20210208

    Boa leitura!

    Prof. Fábio.

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    1. Interessante! Pouco factível, porém! Mas seria fascinante esse retorno!
      Joanisval

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    2. Creio que foi mais uma provocação para discutir a relevância da aprendizagem das línguas clássicas.

      Prof. Fábio.

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  8. Salvete, amici.
    Infra videmus optimum vinculum:
    https://lisboaromana.pt/
    In hoc vinculo, discemus multa de urbe Olisipone in Lusitania.
    Habeatis optimam peregrinationem!
    Valete.
    Magister Fabius.
    #
    Olá, amigos.
    Abaixo, temos um ótimo link:
    https://lisboaromana.pt/
    Neste link, aprenderemos muitas coisas sobre Olisipo (a atual Lisboa) na Lusitânia (antiga província romana).
    Tenham uma ótima viagem!
    Um abraço.
    Prof. Fábio.

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  9. Olá, amigos.

    Nosso colega Paulo compartilha conosco mais um texto latino de sua autoria.

    Espero a contribuição dos demais alunos.

    Optime, Paule!

    "FAMILIA BRASILIANA

    Florentius vir Brasilianus est. Maria femina Brasiliana est. Paulus puer Brasilianus est. Paulus non vir, sed puer est. Vir est Florentius. Maria non puella, sed femina est. Florentius, Maria Paulusque familia Brasiliana sunt. Florentius pater est. Florentius pater Pauli est. Maria mater Pauli est. Paulus filius Florentii Mariaeque est. Florentius laetus est. Maria quoque laeta est. Cur Florentius laetus est? Cur Maria laeta est? Quia Paulus filius bonus, sedulus studiosusque est."

    Paulus Amarus.

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  10. Não estou entendendo o Exercitium 4 da lectio prima do cap 2. Se alguém da turma puder ajudar, agradeço.

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    1. Olá, Eridam.

      No exercitium 4, aborda-se o uso de "et" (= e) e "-que" (= e).

      Perceba que esses dois vocábulos latinos significam a mesma coisa: a conjunção aditiva "e" em português.

      No exemplo do exercício, temos o seguinte:

      -que ("e") = et ("e")
      Exemplum:
      filii et filiae = os filhos e as filhas
      filii filiaeque = os filhos e as filhas

      Qual a diferença? Resposta: a posição dos vocábulos "et" e "-que".

      O primeiro é utilizado como nós utilizamos a conjunção "e", ou seja, entre dois termos coordenados (filii et filiae = os filhos e as filhas).

      O segundo é usado colado ao segundo termo coordenado (filii [1º termo] filiaeQUE [2º termo].

      Você quer mais alguns exemplos?

      1. Litterae et numeri = Litterae numeriQUE
      2. Marcus et Quintus = Marcus QuintusQUE

      Se não estiver claro, por gentileza, pergunte-me novamente.

      Prof. Fábio.

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    2. Muito boa pergunta, eu tive a mesma dúvida.
      Sarah.

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    3. Claríssimo Mestre. Apenas para fechar: então podemos usar uma das duas formas em qualquer situação ou há situações em que se usa uma ou outra forma? Gratias.

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    4. Olá, Eridam.
      Em termos gerais, fica a critério do usuário escolher uma ou outra forma.
      Bons estudos!
      Prof. Fábio.

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    5. Olá, amigos.

      No que toca ao uso de "-que", vejam esta frase de Cícero:

      Cupiditatem pecuniae gloriaeque fugite = Fugi do desejo de dinheiro e de glória

      Destaco a expressão "pecuniae gloriaQUE".

      Ela também poderia se escrita assim: "pecuniae ET gloriae".

      Prof. Fábio.

      PS: tanto "pecuniAE" (de dinheiro) quanto "gloriAE" (de glória) estão no caso genitivo singular (grupo de palavras femininas = -AE [sg]; -ARUM [pl]).

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  11. Olá, amigos.

    Vejam este trechinho do texto "As dobras da língua", de Jean Lauand (USP):

    "Plica em latim é “dobra, face, prega” (como pregas de saia ou cortina). Quando algo está envolto em dobras é “com-plicado”. “Para fora” em latim é ex- (ex-portar, ex-pelir, ex-onerar, etc.): tirar para fora das plicas, das dobras, é “ex-plicar”. Quem está envolvido nas plicas é “cúm-plice”; já um filme cru (sem dobras que escondam) traz cenas “ex-plícitas”. “Su-plicar” é pedir de joelho dobrado. [...] chegar é náutico, atingir margens (ar-river). Ora, quando o navio atinge o destino, a ordem é “plicar”, dobrar velas porque chegamos. Daí, “aplicar” uma prova (injeção, etc.) é fazê-la chegar ao aluno (ou ao braço), etc. “Implicado” é algo ou alguém que está nas dobras do caso. Já “replicar” é a volta, que mostra outra face da questão."

    Leia mais em: https://revistaeducacao.com.br/2015/12/02/as-dobras-da-lingua/

    Bons estudos!

    Prof. Fábio.

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  12. Olá, amigos.

    Abaixo indico algumas expressões latinas muito úteis para quem utiliza a normalização técnica da ABNT:

    ". Apud (citado por, conforme, segundo)

    Única expressão latina que pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé.

    . Idem ou Id. (do mesmo autor)

    Usada em substituição ao nome do autor, quando se tratar de citação de diferentes obras de um mesmo autor.

    . Ibidem ou Ibid. (na mesma obra)

    Usada em substituição aos dados da citação anterior, pois o único dado que varia é a página.

    . Opus citatum ou op. cit. (opere citado, obra citada)

    Usada no caso de obra citada anteriormente, na mesma página, quando houver outras notas.

    . Passim ou passim (aqui e ali, em diversas passagens)

    Usada em informação retirada de diversas páginas do documento referenciado.

    . Loco citado ou loc. cit. (no lugar citado)

    Usada para designar a mesma página de uma obra já citada anteriormente, mas com intercalação de notas.

    . Confira ou Cf. (confronte)

    Usada como abreviatura para recomendar consulta a um trabalho ou notas.

    . Sequentia ou et seq. (seguinte ou que se segue)

    Usada em informação seguinte ou que se segue. Usada quando não se quer citar todas as páginas da obra referenciada."

    Fons: https://doi.org/10.11606/9788573140651

    Prof. Fábio.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá, Caroline.
      Esse é um retrato do empobrecimento do repertório cultural do cidadão brasileiro.
      Estamos nos limitando a aprender apenas o básico do básico na escola.
      Se o cidadão não quiser seguir esse processo de empobrecimento cultural, terá de buscar, por esforço próprio, outro tipo de conhecimento.
      Boa reflexão.
      Prof. Fábio.

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  13. Olá, amigos.
    No capítulo 2, encontramos a palavra "cuius" (de quem).
    Na linguagem jurídica, há a expressão "de cujus [= cuius]".
    Vocês sabem o que ela significa? Vejam:
    "A expressão latina [DE CUJUS], derivada de "de cujus sucessione agitur", de cuja sucessão se trata, utilizada na área jurídica para designar o falecido, usada comumente como sinônimo de 'pessoa falecida', numa figura eufemística substitutiva de 'defunto' ou 'morto'. A palavra denomina o falecido que deixou bens. Também se diz autor da herança."
    Leiam mais em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/de-cujus
    Bons estudos!
    Prof. Fábio.

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    1. No campo do Direito eu gosto da tradicionalíssima "o Direito não socorre os que dormem" (Dormientibus non succurrit jus - espero que a grafia esteja correta pq pesquei no google :D).

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    2. Olá, Caroline.
      Na ordem direta (sujeito + verbo + complemento), essa frase ficará assim:
      Jus non succurrit dormientibus.
      O direito não presta socorro aos que dormem.
      Ótima contribuição - e fica o alerta para cada um de nós (risos).
      Prof. Fábio.

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  14. Olá, amigos.

    Ontem, a sonda norte-americana "Perseverance" pousou em Marte.

    Que tal conhecer a etimologia dessa palavra inglesa?

    Vejam:

    "Middle English: from Old French, from Latin perseverantia, from perseverant- ‘abiding by strictly’, from the verb perseverare, from perseverus ‘very strict’, from per- ‘thoroughly’ + severus ‘severe’."

    https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/us/definition/english/perseverance?q=perseverance

    Prof. Fábio.

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  15. Salve, Magister. Gostaria de saber da relação do Latim com as universidades brasileiras, vide que os brasões de muitas utilizam de frases em latim.

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    1. Olá, Davi.

      Muito bem lembrado.

      Vejamos alguns brasões de universidades cearenses:

      a) UFC

      virtus unita fortior = a virtude unida é maior forte

      b) UECE

      lumen ad viam = luz para o caminho

      c) UVA

      agere sequitur esse = o agir segue o ser

      d) URCA

      felix ad satum = feliz em direção à semeadura

      Você (e os demais colegas) se lembra de outros lemas de universidades?

      Aguardo novas contribuições.

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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    2. Muito bom. Existe uma tese de pós-graduação no Curso de pós Graduação em linguistíca bastante interessante, que foi apresentada na UFPB com o tema: INSCRIÇÕES EM LATIM SOB UMA ABORDAGEM DIALÓGICA: UM ESTUDO NO CONTEXTO DO CARIRI CEARENSE

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    3. Olá, Eridam.
      Veja no link abaixo uma série de inscrições latinas no estado do Ceará:
      http://oficinadelatim.blogspot.com/search/label/Inscri%C3%A7%C3%B5es%20latinas%20-%20Cear%C3%A1
      Bons estudos!
      Prof. Fábio.

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  16. Salvete, amici!

    Vejam que interessante a passagem a seguir, retirada do livro Grécia e Roma, páginas 98 e 99, de Pedro Paulo Funari (Editora Contexto), sobre um tópico da Família Romana:

    Os romanos usavam a palavra "familia", que em português é a mesma, para falar de algo muito mais amplo do que nós. Os romanos chamavam de família tudo o que estava sob o poder do pai de família e que dividiam em três grupos: os animais falantes, os mudos ou semifalantes e as coisas. Assim, o pai possuía mulher, filhos e escravos como animais falantes, vacas e cachorros como animais semifalantes e suas casas e mobília como coisas. Em princípio, o pai tinha direito de vida e morte sobre os membros de sua família ainda que, na prática, houvesse algumas limitações. Um pai de família tinha também muitos "clientes"(que nada têm a ver com os nossos "clientes"), pessoas mais pobres do que ele e que lhe ofereciam apoio em troca de benefícios diversos, como dinheiro para comprar roupas, por exemplo. O patriarca era chamado de "pater familias", pai de família, proprietário de todos os bens: esposa, filhos, escravos, animais, edifícios, terras e tudo girava em torno dele, daí derivando o patriarcado, uma instituição cujo legado está conosco até hoje, um regime social em que o pai exerce autoridade preponderante. As ligações familiares eram naturalmente menos fortes nas famílias plebeias. Entretanto, o pai exercia, igualmente nessas famílias, grandes poderes sobre sua mulher e seus filhos, que, mesmo quando se casavam, continuavam sob o domínio formal do pai.

    Abraços e até amanhã!

    Antônio Henrique.

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    1. Olá, Antônio.
      Ótima contribuição.
      Feitas as devidas adequações, isto é, "mutatis mutandis", não é de agora a posição subalterna que se quer infligir às mulheres.
      Infelizmente, ainda hoje alguns homens se arvoram, por exemplo, o direito de "vida e morte" sobre suas mulheres... Eis um tema que merece nossa reflexão.
      Até amanhã,
      Prof. Fábio.

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    2. Gostei da contribuição, Antônio Henrique! Muito interessante.

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  17. Olá a todos
    Gostaria de entender o porquê das conjugações de 'tres' nos itens 9, 10 e 11 serem daquela forma, ficou um pouco nebuloso para mim

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    1. Olá, João.

      Normalmente, os numerais cardinais em latim são indeclináveis, isto é, não se flexionam.

      No entanto, os numerais um, dois e três apresentam flexão.

      Veja:

      a) unus, una, unum

      unus = refere-se aos nomes do grupo masculino
      ex: est unus servus = é um escravo

      una = refere-se aos nomes do grupo feminino
      ex: est una ancilla = é uma escrava

      unum = refere-se aos nomes do grupo neutro
      ex: est unum oppidum = é uma cidade

      b) duo, duae, duo

      duo = refere-se aos nomes do grupo masculino
      ex: sunt duo servi = são dois escravos

      duae = refere-se aos nomes do grupo feminino
      ex: sunt duae ancillae = são duas escravas

      duo = refere-se aos nomes do grupo neutro
      ex: sunt duo oppida = são duas cidades

      c) tres, tres, tria

      tres = refere-se aos nomes do grupo masculino
      ex: sunt tres servi = são três escravos

      tres = refere-se aos nomes do grupo feminino
      ex: sunt tres ancillae = são três escravas

      tres = refere-se aos nomes do grupo neutro
      ex: sunt tria oppida = são três cidades

      Se não estiver claro, pergunte-me novamente.

      Bons estudos!

      Prof. Fábio.

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    2. errata:

      [...]

      TRIA = refere-se aos nomes do grupo neutro
      ex: sunt tria oppida = são três cidades

      Prof. Fábio.

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    3. Salve! Com base nessas informações, "unus", "duo" e "tres" também declinam nos casos?
      Grato!
      Joanisval

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    4. Olá, Joanisval.
      Sim, esses numerais também se declinam.
      Veja no link abaixo:
      https://cursodelatimfamiliaromana.blogspot.com/2020/10/3-capitulum-tertium-puer-improbus.html#comment-form
      Bons estudos.
      Prof. Fábio.

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  18. Porque nesta frase Quintus filius Iulii est: Iulius est pater Quint o complemento é i e não us?

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    1. Olá, Haroldo.

      I.

      Até agora vimos que as palavras em latim se dividem em três grupos:

      a) grupo de palavras masculinas;
      b) grupo de palavras femininas;
      c) grupo de palavras neutras.

      Também vimos, até agora, apenas dois casos:

      a) o nominativo (sujeito);
      b) o genitivo (adjunto adnominal restritivo).

      Sabemos, igualmente, que cada grupo de palavras apresenta terminações específicas para cada caso:

      a) grupo de palavras masculinas:
      nominativo singular = -us/-r;
      nominativo plural = -i;
      genitivo singular = -i;
      genitivo plural = -orum;

      b) grupo de palavras femininas:
      nominativo singular = -a;
      nominativo plural = -ae;
      genitivo singular = -ae;
      genitivo plural = -arum;

      c) grupo de palavras neutras:
      nominativo singular = -um;
      nominativo plural = -a;
      genitivo singular = -i;
      genitivo plural = -orum.

      II.

      Vamos à frase:

      Quintus filius Iulii est.

      Análise:

      1. verbo

      est = é

      2. sujeito

      Quintus = Quinto → palavra do grupo masculino, desempenhando a função de sujeito; logo, está no caso nominativo singular (terminação -us).

      3. outros termos

      a) filius = filho → palavra do grupo masculino, desempenhando a função de predicativo; logo, está no caso nominativo singular (terminação -us). OBS: o nominativo é o caso do sujeito, como dissemos acima, mas também é o caso do predicativo (isso ainda será discutido);

      b) Iulii = de Júlio → palavra do grupo masculino, desempenhando a função de adjunto adnominal restritivo [para saber o conceito dessa função sintática, veja explicações acima]; logo, está no caso genitivo singular (terminação -i).

      Tradução:

      Quintus filius Iulii est = Quinto é filho de Júlio.

      Prof. Fábio.

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  19. Na frase Marcus et Quintus filii Aemiliae sunt: Aemilia est mater Marc _____ et Quint _____. por que ii e não us us

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    1. Olá, Haroldo.

      A frase completa será esta:

      Marcus et Quintus filii Aemiliae sunt: Aemilia est mater Marci et Quinti.

      Marcos e Quinto são filhos de Emília: Emília é a mãe de Marco e de Quinto.

      Veja que “Marci” e “Quinti” significam, respectivamente, “de Marco” e “de Quinto”.

      Ou seja, essas palavras masculinas desempenham a função de adjunto adnominal restritivo; logo, estão no caso genitivo singular e apresentam a terminação “-i”, e não “-us” (terminação do nominativo singular das palavras masculinas).

      OBS 1: para saber o conceito de adjunto adnominal restritivo, veja explicações anteriores.
      OBS 2: para saber as terminações características de cada caso conforme grupo de palavras (masculinas, femininas e neutras), veja explicação acima.

      Prof. Fábio.

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  20. Na frase Marcus, Quintus< Iulia que sunt tres liberi sunt filli filioque. O que é essa palavra filioque

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    1. Olá, Haroldo.

      Vamos à frase:

      Marcus, Quintus Iuliaque sunt tres liberi. Liberi sunt filii filiaeque.

      Marco, Quinto e Júlia são três filhos. Os filhos (homens e mulheres) são filhos (homens) e filhas (mulheres).

      OBS: em latim, o vocábulo “liberi” significa “filhos [homens e mulheres]”; já os vocábulos “filius” e “filia” significam, respectivamente, “filho [homem]” e “filha [mulher]”.

      A expressão “filii filiaeque” (filhos e filhas) equivale a “filii et filiae” (filhos e filhas), isto é, o vocábulo “-que” e o vocábulo “et” significam a mesma coisa: “e” (conjunção aditiva).

      OBS: para saber um pouco mais sobre a utilização de “-que” e “et”, veja explicações anteriores.

      Prof. Fábio.

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  21. Olá, amigos.

    Vejam o que diz a professora Zélia de Almeida Cardoso (USP) sobre a finalidade do estudo do latim:

    “E hoje?, poderíamos perguntar, [...] qual o interesse do conhecimento do latim?

    “Dois aspectos, parece-nos, deveriam ser focalizados numa tentativa de resposta. De um lado há uma rica literatura deixada pelo mundo romano, que não só nos permite o desfrute de autênticas obras de arte como estende seu alcance por outras áreas do conhecimento: pela historiografia, pela filosofia, pela antropologia, pela teoria literária em todos os seus matizes, pela ciência, pelo teatro. As obras literárias podem ser traduzidas, é certo, mas a tradução, como sabemos, compromete muitas vezes o que existe de genuíno em uma obra.

    “De outro lado, há o interesse linguístico pelo latim. Sendo uma das mais antigas línguas indo-europeias, da qual temos conhecimento pela documentação escrita, oferece-nos a solução de numerosas indagações que se referem ao conhecimento das línguas; sendo, por fim, a língua-mãe dos chamados idiomas românicos (português, espanhol, catalão, provençal, francês, italiano, sardo, rético, dálmata, romeno), fornece-nos explicações para fenômenos aparentemente inexplicáveis de nosso idioma e das línguas irmãs do português.”

    Bons estudos!

    Prof. Fábio.

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  22. Isto tudo e mais algumas coisas. Razões não nos faltarão.

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  23. Salvete, amici.

    Hodie videmus sententiam Vulgatae (PROPHETIA IONAE, 3, 1-10):

    "Homines ET iumenta ET boves ET pecora non gustent quidquam [...]"

    "Que os homens, animais de carga, gado E rebanhos não comam nada [...]"

    https://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_vt_ionae_lt.html#3

    Videte usum coniunctionis "et".

    Magister Fabius.

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  24. Olá, amigos.

    Indico abaixo mais uma ótima produção textual de nosso colega Paulo Amaro:

    I.

    Quis est Florentius? Florentius dominus Brasilianus est.
    Florentius et Andreas duo domini Brasiliani sunt.
    Maria femina Andreae non est. Maria femina Florentii est.
    Quis est Andreas? Andreas pater Mariae est. Maria filia Andreae est.
    Quae est mater Mariae? Mater Mariae Balbina est.

    II.

    COLLOQVIVM PRIMVM
    Fabius: Cuius femina Maria est?
    Florentius: Maria femina mea est.
    Fabius: Estne Andreas pater tuus?
    Florentius: Andreas non pater meus, sed pater meae feminae est.
    Fabius: Quot liberi in familia tua sunt?
    Florentius: In familia mea unus filius est.
    Fabius: Quis est filius tuus?
    Florentius: Filius meus Paulus est.

    III.

    COLLOQVIVM SECVNDVM
    Fabius: Salve, Paule!
    Paulus: Salve, magister!
    Fabius: Paule, quae mater tua est?
    Paulus: Mater mea Maria est.
    Fabius: Quis pater tuus est?
    Paulus: Florentius pater meus est.
    Fabius: Quis est Andreas?
    Paulus: Andreas avus meus est.
    Fabius: Quae est Balbina?
    Paulus: Balbina avia mea est.

    Paulus Amarus

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  25. Bartolus de Saxoferrato, mais influente jurista da Baixa Idade Média, em comentário ao Digesto (compilação de textos de jurisconsultos romanos) sobre a relação entre Imperium e Iurisdictio: “iurisdictio in genere sumpta, dividitur in dua species, scilicet in imperium simpliciter sumptum, et in specie quod est iurisdictio. . . nam potestas et iurisdictio idem sunt, ut dixi: et est potestas iuris, ergo est iurisdictio. Idem de mero et mixtum imperio. . . cui etiam iurisdictio inest, sicut genus inest speciei suae. . . Est ergo iurisdictio genus. . . imperium subdividitur in merum, et mistum. Non enim iurisdictio dividitur in merum et mixtum imperium, sed imperium simpliciter sumptum dividitur in merum et mixtum.” Fonte: Deconstructing Iurisdictio, G. Rossi.
    Sarah.

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    1. Sunt optimae informationes, Sarah.

      Bartolus a Saxoferrato natus est anno 1314 in Saxoferrato apud Anconam. Mortuus est Perusiae die 13 Iulii 1357. Bartolus iure civile apud universitates Perusiae et Bononiae, ubi licentiam docendi anno 1334 consecutus est. Postea magister iuris fuit apud universitates Perusiae, ubi inter discipulos eius Baldus de Ubaldis fuit, et Pisarum.

      Fons: https://la.wikipedia.org/wiki/Bartolus_a_Saxoferrato

      Magister Fabius.

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  26. Olá a todos!
    Gostaria de perguntar o porquê de em certas situações há conjugação no genetivus em mais de uma palavra. Exemplos:
    'Iulius: Numerus servorum meorum est centum'
    'Cornelius: "Centum servi! Magnus est numerus servorum tuorum!" ' - Pág. 16, linhas 77 e 78.
    Estaria errado falar 'Numerus servorum meuus est centum' ? Posso estar raciocinando de acordo com a gramática portuguesa, mas gostaria de sanar esta duvida kkkk

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    1. Olá, João.

      Vejamos as frases abaixo:

      I.

      Iulius: Numerus SERVORUM MEORUM est centum = Júlio: O número DE MEUS ESCRAVOS é cem.

      A palavra “meorum” concorda com “servorum”, veja: “servorum meorum” = dos meus escravos (adjunto adnominal restritivo → genitivo).

      O núcleo da expressão acima é “servorum” (substantivo); o satélite (ou determinante ou pronome adjetivo) é “meorum” (pronome possessivo adjetivo). O satélite “meorum” concorda com o núcleo “servorum” em gênero (masculino), número (plural) e CASO (GENITIVO).

      II.

      Cornelius: Centum servi! Magnus est numerus SERVORUM TUORUM! = Cornélio: Cem escravos! Grande é o número DE TEUS ESCRAVOS.

      A palavra “tuorum” concorda com “servorum”, veja: “servorum tuorum” = de teus escravos (adjunto adnominal restritivo → genitivo).

      O núcleo da expressão acima é “servorum” (substantivo); o satélite (ou determinante ou pronome adjetivo) é “tuorum” (pronome possessivo adjetivo). O satélite “tuorum” concorda com o núcleo “servorum” em gênero (masculino), número (plural) e CASO (GENITIVO).

      III.


      NUMERUS servorum MEUS est centum = MEU NÚMERO de escravos é cem. [A frase soa estranha, mas vamos considerá-la para efeito de explicação]

      Nesse caso, o pronome “meus” concorda com “numerus”, não com “servorum”.

      O núcleo da expressão acima é “numerus” (substantivo); o satélite (ou determinante ou pronome adjetivo) é “meus” (pronome possessivo adjetivo). O satélite “meus” concorda com o núcleo “numerus” em gênero (masculino), número (singular) e CASO (NOMINATIVO).

      Está claro? Se não, pergunte-me novamente.

      Prof. Fábio.

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  27. saluete

    A palavra promissionibus tem uma tradução direta ou dependerá do contexto?

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    1. Ave, care Eridam.
      No dicionário escolar latino-português, de Ernesto Faria, temos o significado de "promissio, -onis":
      "promissio, -onis". S.f. Ação de prometer, promessa. (Cícero, Cartas aos familiares, 4, 13, 1 = "[...] promissio auxilii [...]" = "[...] promessa de auxílio [...]".
      Fons: https://outils.biblissima.fr/en/collatinus-web/index.php
      Essa é a significação principal; porém, dependendo do contexto, pode haver novos significados.
      Vale,
      Magister Fabius.

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  28. 1) stultorum é insensato, estulpido. assim que li no sententiae antiquae pensei que fosse "astulto"

    2)por que em Aetates uma menina adolescente não é puella mas adulescens e um menino é puer e não adulescens (esta palavra é feminina?)
    Gratia

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    Respostas
    1. Olá, Eridam.

      I.

      No dicionário escolar latino-português, temos a significação de "stultus, -a, -um".

      Veja: "stultus, -a, -um = estulto, tolo, imbecil, estúpido, insensato".

      Fonte: https://outils.biblissima.fr/en/collatinus-web/index.php

      No dicionário Aulete, temos a seguinte etimologia de "astuto" = do latim astutus, -a, -um.

      Fonte: https://www.aulete.com.br/astuto

      II.

      Vamos aos significados:

      menino = puer
      menina = puella
      adolescente (masculino ou feminino) = adulescens

      Está claro?

      Se não, por favor, pergunte-me novamente, ok?

      Bons estudos.

      Prof. Fábio.

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  29. Pater Familias,

    Salve, Magister!
    Lendo o material complementar, veio-me uma dúvida: no texto sobre a família romana, fala-se da figura do "pater familias" (chegamos a conentar isso em sala). Pergunto a razão de termos familia declinado em s, e não pater "familiae"... Já que "familia" é feminino, seu genitivo não seria "familiae"?
    Grato!
    Vale!
    Joanisval

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    Respostas
    1. Salve, care Joanisval.

      Vamos pedir para os professores Carl, Grimal, Lamaison e Noiville (https://archive.org/details/grimal-pierre-et-al.-gramatica-latina-1986) nos ajudarem a esclarecer esse tópico?

      "Genitivo singular em -as (cf. grego 'heméras' = 'do dia') [...] Conservou-se para a palavra 'família' nas expressões: paterfamilias, pai de família (ao lado de pater familiae); materfamilias, mãe de família (ao lado de mater familiae)."

      A terminação -as (genitivo singular do grupo de palavras femininas) é um resquício da língua grega.

      Há, portanto, duas formas adequadas: familias (forma arcaica) = familiae = genitivo singular do grupo de palavras femininas.

      Está claro?

      Prof. Fábio.

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  30. Respostas
    1. Salve, care Joanisval.

      Veja o que dizem os professores Carl, Grimal, Lamaison e Noiville (https://archive.org/details/grimal-pierre-et-al.-gramatica-latina-1986):

      “Genitivo singular em -as (cf. grego ‘heméras’, do dia) Conservou-se para a palavra família nas expressões: paterfamilias, pai de família (ao lado de pater familiae) materfamilias, mãe de família (ao lado de mater familiae).”

      Ou seja, a terminação do genitivo singular do grupo das palavras femininas “-as” é um resquício da língua grega no latim.

      Perceba que também podemos utilizar a terminação “-ae” (genitivo singular do grupo das palavras femininas: pater familiAE).

      Prof. Fábio.

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  31. Gentílicos

    Salve! Outra dúvida: vi, nos textos do livro, que os gentílicos são grafados com inicial maiúscula, é isso mesmo?
    Exa.: Constantinus imperator Graeco, sed Hadrianus Romanus est. Cecilia Iuliaque Romanae feminae sunt. Ego Brasilianus sun, sed pater meum Germanicus.

    Gratia plena!
    Vale!

    Joanisval

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    Respostas
    1. Salve, Joanisval.

      Normalmente, os adjetivos gentílicos em latim são grafados com inicial maiúscula (há edições, porém, em que isso não ocorre).

      Vejamos suas frases:

      Constantinus imperator Graecus, sed Hadrianus Romanus est. Caecilia Iuliaque Romanae feminae sunt. Ego Brasilianus sum, sed pater meus Germanicus.

      Está claro?

      Prof. Fábio.

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  32. Salve, Magister.

    No CAPITLVM SECVNDUM, linha 54, não entendi o motivo da utilização do "tria" para se referir às cidades, ao invés do "tres". Gostaria de saber se é um caso isolado, pois o "duo" é utilizado tanto para o plural masculino como para o neutro.

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    Respostas
    1. Salve, Davi.

      I.

      Só para relembrar:

      . tres, tres, tria

      tres = refere-se aos nomes do grupo masculino
      ex: sunt tres servi = são três escravos

      tres = refere-se aos nomes do grupo feminino
      ex: sunt tres ancillae = são três escravas

      TRIA = refere-se aos nomes do grupo NEUTRO
      ex: sunt tria OPPIDA = são três cidades

      II.

      A frase em análise é a seguinte:

      Sparta, Delphī Tusculumque TRIA OPPIDA sunt = Esparta, Delfos e Túsculo são três cidades.

      O numeral “tria” concorda com o substantivo “oppida” em gênero (neutro), número (plural) e caso (nominativo). As formas “tres” (masc.) e “tres” (fem.) não foram usadas, porque “oppida” é uma palavra neutra que exige concordância da palavra que a ela se refere, no caso “tria” (neutro).

      Se houver alguma dúvida, pergunte-me novamente.

      Prof. Fábio.

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  33. Salve, Magister! Numa busca pela web encontrei tabela declinações latinas disponível no seguinte endereço: https://www.latinitasbrasil.org/extras

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    Respostas
    1. Excelente contribuição, Gis.
      Gratias.
      Prof. Fábio.

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